quarta-feira, 22 de setembro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Eterna
Dizem que, enquanto a árvore de Ana estivesse florida ela estaria em paz
Por isso tinha tantos cuidados e amor pela Primavera
Para que ela durasse todos os dias do ano
domingo, 19 de setembro de 2010
Sábado de chuva
O que diferencia um indivíduo do outro são os caminhos que tomam para si
Alegrias, momentos que não deveriam ter fim, como o dia de hoje
e até mesmo problemas, confirmam a condição do ser humano
Ninguém pode escolher ou fazer o caminho por mim
assim como também não posso fazê-lo por outro
Mas a escolha de quem vai estar junto no percurso, sim, isso se pode fazer
E a boa escolha traz tranquilidade
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
Traço a traço
No retrato que me faço
Traço a traço
Às vezes me pinto nuvem
Ás vezes me pinto árvore
Ás vezes me pinto coisas
De que mem há mais lembranças
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão
E, desta lida, em que busco
Pouco a pouco
Minha eterna semelhança
No fim, que restará?
Um desenho de criança
Terminado por um louco
Mário Quintana
Vão te amar por seus despropósitos
A mãe disse que carregar água na peneira
Era o mesmo que roubar um vento
E sair correndo com ele para mostrar aos irmão
A mãe disse que era o mesmo
Que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso
O menino era ligado em despropósitos
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos
A mãe reparou que o menino
Gostava mais do vazio do que do cheio
Falava que os vazios são maiores até infinitos
Com o tempo aquele menino
Que era cismado e esquisito
Porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria
O mesmo que carregar água na peneira
No escrever o menino viu que era capaz de ser
Noviço, monge ou mendigo ao mesmo tempo
O menino aprendeu a usar as palavras
E começou a fazer peraltagens
Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
Botando ponto final na frase
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela
O menino fazia prodígios
Até fez uma pedra dar flor
A mãe reparava o menino com ternura
A mãe falou
Meu filho você vai ser poeta
Você vai carregar água na peneira a vida toda
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
E algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos
Manoel de Barros
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