sábado, 19 de agosto de 2006

Tu beijas como a lua beija o rosto
de todo um lirial alevantado.
Não sei: mas os teus beijos têm um gosto
de paraíso que nem foi sonhado.
Beija-me mais: nas pálpebras, descendo,
na boca ainda, assim, musicalmente.
É mais que humano
eu sinto-me morrendo,
um anjo a beber a alma docemente.
Que tem a tua boca, ó mais que doce?
Beija como um perfume beija a água,
como uma rosa um coração em mágoa.
Beija como d'além, como se fosse
um pobre rouxinol agonizando,
que não tem voz, e canta assim,
beijando...
António Patrício

Sem comentários: