quinta-feira, 26 de julho de 2007


A verdadeira mão que o poeta estende

Não tem dedos:

É um gesto que se perde

No próprio acto de dar-se

O poeta desaparece

Na verdade da sua ausência

Dissolve-se no biombo da escrita

O poema é

A única
=
A verdadeira mão que o poeta estende

E quando o poema é bom

Não te aperta a mão:

Aperta-te a garganta


Assírio Alvim