A verdadeira mão que o poeta estende
Não tem dedos:
É um gesto que se perde
No próprio acto de dar-se
O poeta desaparece
Na verdade da sua ausência
Dissolve-se no biombo da escrita
O poema é
A única
=
A verdadeira mão que o poeta estende
E quando o poema é bom
Não te aperta a mão:
Aperta-te a garganta
Assírio Alvim