quinta-feira, 16 de agosto de 2007


É assim que me escondo

por detrás de mim mesmo

entre o negro da alma

e o doce das palavras



Naquele lugar

onde ninguém arrisca espreitar

agri-doce disseste tu

quando o ousaste provar



Acerto-me assim incerto

num pequeno buraco ou num grande embaraço

acabo por conter todas as luras

e por viver todas as loucuras

por causa desta falta de espaço.



Sou grande demais para viver assim

vivo meia vida de cada vez

uma parte em mim

outra tanta em ti



Nasceu comigo esta agrura

mas de ti ganhei a doçura

sou agri-doce por não me caber em mim.
=
Henrique Moreira