quinta-feira, 4 de outubro de 2007


Lá vai o sol, tão raivoso e tão primeiro,

Firmando-se orgulhoso pela rua,

Lembrando de esquecer daquela lua

Que nem lua foi pra ele por inteiro.

Lá vai a lua se fazendo rancorosa,

Minguando às vistas em se saber vazia,

Sem se dar o perdão que merecia,

Perdendo de poesia a sua prosa.

No caminho de esquecer-se se lembrando,

O olhar dele um trapézio machucado,

O olhar dela um deserto abandonado

Por amores que perdeu antes buscando:

E se perdem um do outro ao se perderem

No perdão que a si não dão por mais sofrerem.



Ana Paula Manga