quarta-feira, 23 de janeiro de 2008


No tempo em que eramos felizes não chovia.

Levantávamo-nos juntos, abraçados ao sol.

As manhãs eram um céu infinito nosso amor era as manhãs.

No tempo em que eramos felizes

O horizonte tocava-se com a ponta dos dedos.

As marés traziam o fim da tarde e não víamos

Mais do que o olhar um do outro.

Brincávamos e eramos crianças felizes.

Às vezes ainda te espero como te esperava

Quando chegavas com o uniforme lindo da tua inocência.

Há muito tempo que te espero.

Há muito tempo que não vens.


José Luís Peixoto