terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

À voz Interna


Respondendo a pergunta que escuto dentro de mim, que teima em querer saber
se há algo que tenha vivido e que queira outra vez,
o meu coração impulsivo adianta-se e diz que sim,
a razão ponderada, cautelosa, depois de ouvir o afoito coração,
diz que não.

Eu que sempre fui só coração, deixo hoje esse romântico que bate sempre
no compasso da emoção pra ser o ato pensado.
Não quero amores passados, fés que se esfriaram ,
não quero o que perdi e que do dinheiro consegui,
nem mesmo ser o que um dia fui.
Quero o novo, quero ser o mistério a ser desvendado,
encantar e encantar - se com a doce promessa que o
desconhecido traz.

Mas pra quem um dia foi só coração, difícil tarefa manter -se razão.

E ao que foi, se um dia voltar a ser, que venha renovado,
que venha com a mesma vontade que tenho hoje,
de esvaziar-se do que foi e encher-se do agora.
Viver o agora com a intensidade do eterno, com a consciência que um dia inevitavelmente tudo fica no passado.