quarta-feira, 9 de julho de 2008

Folha em branco


Disse uma folha de papel branco:
"Pura fui criada e pura permanecerei para sempre.
Antes ser queimada e convertida em brancas cinzas,
do que suportar que a negrura me toque ou o sujo chegue junto de mim".
O tinteiro ouviu o que a folha de papel dizia, e riu-se em seu escuro coração.
Mas não ousou aproximar-se dela.
E os lápis multicoloridos ouviram-na também,
e nunca se aproximaram dela.
E a folha de papel, branca como a neve, permaneceu pura e casta.
Para sempre, pura, casta...

e vazia...

Khalil Gibran

Sem comentários: