Homem doido doído
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O homem doido vindo pela calçada,
O olhar doído de quem não tem nada,
As mãos vazias de toda esperança,
Balançando os braços feito criança.
O que você tanto busca, homem doido?
Revira os bolsos e procura, afoito,
A lembrança do que foi, do que ficou
Perdido no passado e não voltou.
O homem doido sonhou que já foi gente
Que nem a gente, e não um demente
À procura do passado e da razão.
Sonhando assim, doído em solidão,
Conhece mais fundo o mundo e a vida
Do que os sãos (que não vêem a saída).
Autor Desconhecido
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