sexta-feira, 4 de julho de 2008

Tá vendo esse arco-íris? É seu...




-Tá vendo esse arco-íris? É seu.

Sim, hoje num sonho eu te dei todas as cores

E no sonho a gente caminhava sobre ele

Cruzava como se fosse uma ponte

Uma ponte de quinhentos metros

Cada cem metros a gente voltava um mês no tempo


E sabe aquele pote que dizem ter no final do arco-íris?

Abrimos. Mas não, não tinha ouro

E que bom, porque ouro é apenas uma pedra

Que os homens julgaram conter valor

Mas pedras são duras

E aquilo não era pedra não

Valia mais

Abrimos, e olho no olho, tateamos

E o que sentimos era macio, era quente, leve

Era energia

E tinha cheiro bom

E de olhos grudados e sorriso no rosto

Perguntamos ao duende que guardava o pote

- O que tem dentro?

E o duende respondeu:

-É amor.

Retirem o que encontraram e vejam

Retiramos as mãos e nos pusemos de pé


Olho no olho

Desviamos o olhar buscando o que havíamos achado

E vi que segurava suas mãos

Novamente olhos nos olhos

Me vi brilhando em você

E vi que você se enxergava em mim


Voltamos de mãos dadas

E ao longo desses quinhentos metros

Haviam partes sem cor

E outras partes até com cores tristes

Mas brilhava na essência

Brilhava num todo

Nunca mais largamos nossas mãos

E já não eram mais quinhentos metros

Eram mais

O arco-íris cresce sob nossos pés

E festeja cada passo dado de mãos dadas

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