terça-feira, 30 de setembro de 2008


Es primavera,

mesmo que en sus ojos no tienen flores.

E dura tan poco que no valle la pena desperdizar

um segundo del aroma que cuando llega las hojas en el ambiente.


¿Entiende?

Primavera



El árbol del monte sabe

el tiempo en que reverdece.

Vuelven las aves al nido

al tiempo en que el árbol crece.


Baguala

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Flores e Poemas


Entrei numa loja para te comprar um ramo de poemas, só tinham flores, disseram-me, mas eu não entendi a resposta, repeti que queria um ramo de poemas, voltaram a explicar-me que ali só vendiam flores, sugeriram-me vários tipos de flores, disseram-me os nomes, como sabes sou péssimo com os nomes das flores, apenas tenho memória para poemas, esforcei-me por fazer compreender esta minha particularidade, ninguém me entendia, à força de não me quererem vender poemas, impingiam-me flores, que cheiravam melhor, eram mais vivas, que as mulheres gostavam mais de flores, flores que eu não quero, definitivamente não quero, pois ninguém dá flores às flores, o que eu quero mesmo é um ramo de poemas.


Henrique Fialho

domingo, 28 de setembro de 2008

Navegando


Quando as tuas palavras

chamaram por mim,

fiz da tua carta

um barco de papel,

e naveguei devagar

entre as margens sem fim,

até à curva onde o meu rio

encontrou o teu mar.



Ana Isabel

Fada


Uma fada é um rumor

Que sai da erva, rasteiro,

E que transforma em calor

O frio áspero de Janeiro.

Quem foi que não encontrou

Uma fada num canteiro

Murmurando coisas belas

A um velho jardineiro

Que largou rugas e mágoas

E se transformou em cavaleiro?



Luís Infante

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

...


No côncavo baixio da retina escura, reflete opaca a luz poente...

Olhos fitando o infinito...emudecendo os tons da cidade...

Na sombra dos cílios umedecidos repousa a única palavra presente...

...saudade...
=
B.P.

Saudade


Saudade
=
É quando o momento tenta fugir da lembrança

Para acontecer de novo

E não consegue



Adriana Falcão

Silêncio em Palavras


Uso as palavras para entender meus silêncios
=
Manoel de Barros

Novo, sempre !


Te procuro

Nas coisas boas

Em nenhuma

Te encontro inteiro

Em cada uma

Te inauguro



Alice Ruiz

Digita-me !


Digite no teclado do meu corpo
mensagens de carinho.
Acesse o diretório de minh'alma
teclando de mansinho.
Copie o seu arquivo de emoção
no disquete azul dos meus desvelos
onde está formatado o coração.
Chame o meu programa favorito
restaure o documento dos meus sonhos
e escolha o mais bonito.
Traga o cursor do pensamento
para o bloco marcado de esperança
e grave na memória de sua vida
Amor e Dança.
Salve tudo o que é texto de alegria
Configure o que for de mais profundo.
Cancele esse comando de amargura
e clique todo dia
o ícone Ternura.



Tereza Halliday

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sobre o arrepio


O arrepio é quando,

por serem tão leves,

seus dedos conseguem,

em cada um dos meus poros:

soerguer uma flor.



Rita Apoena

Meu momento


Hoje resolvi fazer algo que por vezes preciso.
Resolvi ouvir o som do meu silêncio,
para entender que algumas coisas são inexplicáveis
e permanecerão, para sempre assim.
Meu coração rendeu-se ao silêncio e pude perceber que há também,
muitas outras coisas que podem ser entregues ao mar do esquecimento,
na esperança que essa atitude possa mudar definitivamente
o percurso dos meus passos.
Fixei atentamente os olhos em mim e pela primeira vez
me vi como realmente sou.
Olhei-me sem hipocrisias, sem máscaras, sem desculpas.
Desnudei-me de mim mesma.
No silêncio encontro-me com a minha humanidade.
E assim percebo que ser humano significa não ser perfeita,
que sou passível de errar, que não preciso ter todas as respostas,
e que posso viver sem muitas delas.
Percebi que tenho deficiências, desejos ocultos,
fraquezas que não podem ser ditas,
silêncios que o próprio silêncio quer silenciar
Que entro em outras vidas e algumas vezes machuco,
mesmo sem ser essa a intenção.
Percebi o quanto sou frágil e fraca,
que a fragilidade me faz carente de outras vidas por perto
e a fraqueza é que machuca essas outras vidas.
Porém, não abro mão da minha humanidade.
Esse momento de silêncio me faz perceber que ainda cometerei erros,
terei decepções, sofrerei, machucarei,
mas também me faz ter a necessidade de ser mais tolerante,
menos arrogante mais compreensiva,
menos teimosa, menos geniosa,
porque só assim vou aprender a amar da forma certa
e de maneira plena.
Livre de pré-conceitos e preconceitos.
Amar no significado real do Amor.
O Amor me faz eterna
e não quero abrir mão da eternidade para evitar o sofrimento.
É melhor sentir dor, frustração, ternura, decepção, carinho e cumplicidade,
do que passar uma vida inteira sem tê-los.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Presente...

...de Primavera.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Primavera

Lá vem Ela com seus dedinhos verdes

Colorida e faceira

Enfeitando e perfumando

Fazendo do botão a rosa aberta

E da rosa pronta a dar botão


domingo, 21 de setembro de 2008

Ah, menina !!


Vai menina, fecha os olhos.
Solta os cabelos.
Joga a vida. Como quem não tem o que perder.
Como quem não aposta. Como quem brinca somente.
Vai, esquece do mundo.
Molha os pés na poça.
Mergulha no que te dá vontade.
Que a vida não espera por você.
Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça.
Não espere.
Promessas, vão e vem.
Planos, se desfazem.
Regras, você as dita.
Palavras, o vento leva.
Distância, só existe pra quem quer.
Sonhos, se realizam, ou não.
Os olhos se fecham um dia, pra sempre.
E o que importa você sabe, menina.
É o quão isso te faz sorrir. E só.


A.D.

Fazendo Amor


Leia vagarosamente,

brincando com as palavras, sem querer chegar ao fim,

como se estivesse fazendo amor com a pessoa amada.

A leitura nos leva por mundos que nunca existiram e nem existirão,

por espaços longínquos que nunca visitaremos.

É desse mundo diferente, estranho ao nosso,

que passamos a ver o mundo em que vivemos de uma outra forma.



Rubem Alves

Se...


Se algum dia, esmagada pelo tédio,

eu te pedir o Sol como remédio à minha inquietação,

sorri como se eu fosse uma criança,

e não digas que não.

Se algum dia, em noites de platina,

eu te pedir a Lua que ilumina do céu a nossa rua

e me deixa extasiada, boquiaberta,

as minhas mãos nas tuas mãos aperta

e promete-me a Lua!

E se ainda, perdido no horizonte,

o meu olhar partir de monte em monte e apetecer o mar,

tu que sabes, vês e podes tudo,

abrindo tuas asas de veludo,

finge que o vais buscar !


Virgínia Victorino

sábado, 20 de setembro de 2008

Enigma


Teu segredo é tão parecido contigo

Que nada me revela além do que já sei.

E sei tão pouco como se o teu enigma fosse eu.

Assim como tu és o meu.


Clarice Lispector



Este poema


Este poema es vivo.
Tiene los ojos. Los ojos invisibles, de eso sin verlos, usted observa.
Usted leyó y acaricia es los versos que si arrepiamam.
Este poema es vivo, él quiere oír decir del colmo;
para entrar en su casa o acostarse en su cama;
para mirar aproximadamente sus estantes de expedientes y libros,
las fotos y las letras;
emociones de los momentos y del special cercanos de su vida:
¡para conocerle,
por lo tanto esta página es viva! "

Antonio Pérez


Este poema está vivo.
Tem os olhos. Os olhos invisíveis que mesmo sem vê-los, você observa.
Você lê e acaricia os versos que se arrepiam.
Este poema está vivo, ele quer ouvir dizer da elevação;
para entrar em sua casa ou encontrar-se em sua cama;
para olhar ao redor de suas prateleiras dos registros e os livros,
as fotos e as letras;
emoções e os momentos especiais de sua vida:
para conhecê-lo,
por isso este página está viva!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Lua

.........

Porque às vezes eu a trago para perto.
E com ela, todas as estrelas...!

Saudade que o vento traz !

..........

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Caminho


Não sei, deixo rolar.

Vou olhar os caminhos,

o que tiver mais coração, eu sigo.





Caio Fernando Abreu

Estrelas


Assim que anoiteceu, saiu para pescar.

Peixes não, estrelas.

Afastou-se da casa, atravessou um campo até o seu limite.

Na linha do horizonte, sentado à beira do céu,

abriu a caixa das frases poéticas que havia trazido como iscas.

Escolheu a mais sonora,

prendeu-a firmemente na rebarba luzidia.

Depois, pondo-se de cabeça para baixo,

lançou a linha no imenso azul, deixando desenrolar todo o molinete.

E paciente, enquanto a Lua avançava sem mover ondas,

começou a longa espera
=
de que uma estrela viesse morder o seu anzol.



Marina Colassanti

Por isso me permito


Aqueles que sonham de dia conhecem muitas coisas

Que escapam àqueles que só sonham de noite



Edgar Allan Poe

Me cuidando


Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas

Uma lembrança boa de você

Uma vontade de cuidar melhor de mim

De ser melhor para mim e para os outros

De não morrer, de não sufocar

De continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa

Que o futuro trará, porque sempre traz

E então não repetir nenhum comportamento

Ser novo



Caio Fernando Abreu

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Meu Jardim


Vou plantar um jardim em minha alma
E nele cultivar todas as flores
Rosas, lírios, crisântemos e palmas
Orquídeas, margaridas, dois amores
Que seja um jardim imaculado
Recanto da mais terna divindade
Onde o amor seja livre e cultivado

Que nele se acheguem bem-te-vis
E bandos de pequenos colibris
A beijar todas as flores
E que a luz de um sol irradiante
Cubra todo o jardim manto de amantes
Aconchego confidente de uma cama
Então que esse momento seja eterno
Que sejam céus todos os meus infernos
Paraíso de amante quando ama

Antonio Manoel Abreu Sardenberg

Pronuncia meu nome


Diz o meu nome
Pronuncia-o
Como se as sílabas te queimassem os lábios
Sopra-o com suavidade
Para que o escuro apeteça
Para que se desatem os teus cabelos
Para que aconteça
Porque eu cresço para ti
Porque a minha mão infatigável
Procura o interior e o avesso
Da aparência
Porque o tempo em que vivo
Morre de ser ontem
E é urgente inventar
Outra maneira de navegar
Outro rumo outro pulsar
Para dar esperança aos portos
Que aguardam pensativos
No úmido centro da noite
Diz o meu nome
Como se eu te fosse estranho
Como se fosse intruso
Para que eu mesmo me desconheça
E me sobressalte
Quando suavemente
Pronunciares o meu nome

Mia Couto

domingo, 14 de setembro de 2008

Pra te Lembrar




Mais leve que o ar

Tão doce de olhar

Que nem um adeus pode apagar


Nei Lisboa

Viver

Não me interessam
Os rancores e as seqüelas
Deste amor ou de outros amores
Quero estar sempre em estado de paixão
Mergulhando
Errando e novamente me dando
Não vejo outro jeito
Para que a vida me valha a pena


Marta Viana

Todas as noites


Se abro a porta da minha casa

E o convido a deitar em minha cama

Não é que eu seja louca

É porque não é de hoje

Que nela eu durmo com você todas as noites


Madi

Mar

Sinto dentro do corpo
Um mar de sentimentos
Tento canalizá-lo
E expressá-lo em palavras

Peço que entenda mais
Do que possa perdoar
Você não imagina
O que sinto
Quando o mar
Que carrego
Entra em ressaca




Truck Tumleh

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Você !!


Você

tem o dom

de fazer

meus olhos

sorrirem

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Carry You Home


..........

Same Mistake


.....

As Tuas nas Minhas

Eu amo as tuas mãos

mesmo que por causa delas

eu não saiba o que fazer das minhas

A.D.

Componha-me


Tropecei no alfabeto logo ao nascer, cai no verbo

Invejei poetas, dizeres impares

Palavras seculares, versos romãnticos

Invoquei-os

Não ouvi respostas

Apenas o eco do silêncio

Percebi então que faço melhor do que eles

Aprendi a florir flores

A salgar o sal e a adoçar o doce com a entrega de palavras

Que ainda não nasceram

As mesmas que me habitam a alma

Aplaudi-me

Percebi que melhor que ser poeta,

É ser palavra



Mia Couto

Portas: de entrada e saída


Já passei por algumas portas e dentro deixei pessoas.

Até que alguém passou pela minha porta,

fechou, e por mais que eu esperasse não voltou .

Muito foi o tempo que passei esperando


e olhando fixamente que a porta se abrisse.

Nada !

Voltei a entrar por outras portas


mas a casa às vezes era grande demais,

por vezes pequena demais

e minha permanência sempre breve.

Saí pela porta e não voltei.

Hoje ao olhar a porta que me fecha

sinto que há uma cumplicidade


de quem muito se conhece

e ao tocá-la sinto que ela me acaricia

e ainda espera tanto quanto eu.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Assim...


Metade de mim é fada

A outra metade é bruxa

Uma escreve com sol

A outra escreve com a lua

Uma anda pelas ruas

Cantarolando baixinho

A outra caminha de noite

Uma é séria, a outra sorri

Uma sonha dormindo

A outra sonha acordada



Roseana Murray

Abraço

O melhor do abraço

É o charme de fazer

Com que a eternidade caiba em segundos.

A mágica de possibilitar

Que duas pessoas visitem o céu no mesmo instante.



Ana Jácomo

Para te ouvir


Toca-me, conjuga um verbo que conheças

No presente do indicativo, soletra -o na

Segunda pessoa do singular ao meu ouvido

Dá -me qualquer coisa que me pareça eterno



José Rui Teixeira

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Dia Mundial da Alfabetização


Foi aí que nasci: Nasci na sala do 3 ° ano,
sendo professora D. Emerenciana Barbosa, que Deus tenha.

Até então, era analfabeto e despretensioso.
Lembro-me: nesse dia de julho, o sol que descia da serra
era bravo e parado. A aula era de geografia, e a professora
traçava no quadro-negro nomes de países distantes.
As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes,
e Paris era uma torre ao lado de uma ponte e de um rio,
a Inglaterra não se enxergava bem no nevoeiro, um esquimó,
um condor surgiam misteriosamente, trazendo países inteiros.
Então, nasci. De repente nasci, isto é, senti necessidade de escrever.
Nunca pensara no que podia sair do papel e do lápis,
a não ser bonecos sem pescoço, com cinco riscos representando as mãos.
Nesse momento, porém, minha mão avançou para a carteira
à procura de um objeto, achou-o, apertou-o irresistivelmente,
escreveu alguma coisa parecida com a narração de uma viagem
de Turmalinas ao Pólo Norte.



Carlos Drumonnd de Andrade

domingo, 7 de setembro de 2008

Parafraseando


Certas canções que ouço
cabem tão dentro de mim
que perguntas carecem:
"Como não fui eu que fiz?"


Milton Nascimento


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Azymuth - Linha do Horizonte

Livros

Os livros, penso que são

Como portas encantadas,

Que levam a lindas terras,

Onde moram anões e fadas.


Lugares longe e tão belos

Aonde eu não podia ir,

Mas, agora, com esta porta,

É só ter cuidado e... abrir.
=



Adelaide Love

Into the Wild





"Na natureza selvagem", um filme que conta a história real
=
do jovem Christopher McCandless.

Um filme sobre coragem, liberdade

e o quão grande é o poder da Natureza, um filme de extremos.

Fotografia de tirar o fôlego e trilha sonora maravilhosa,

com Eddie Vedder ( Pearl Jean ).




E também sei como é importante na vida

não necessariamente ser forte

mas sentir-se forte

Confrontar-se ao menos uma vez

Achar-se ao menos uma vez na mais antiga condição humana

Enfrentar a pedra surda e cega a sós sem outra ajuda

além das próprias mãos e cabeça



Há um tal prazer nos bosques inexplorados,

Há uma tal beleza na solitária praia,

Há uma sociedade que ninguém invade

Perto do mar profundo

e da música do seu bramir

Não que ame menos o homem

Mas amo mais a Natureza


Lord Byron

Into the wild