Porque nem tudo é obrigação
Num muito de obrigação
Um pouco de Poesia
Fecho os olhos para ver com nitidez
=
o passado embaçado pela vida
=
e assim eu ouço: “era uma vez”
=
e relembro minha história preferida...
A voz de minha mãe é tão marcante
que o encanto da história é preservado:
a mesma história é sempre emocionante,
tem sempre algo ainda não notado!
A pobre Rapunzel apaixonada
ganhou da minha mãe um lindo pente:
se estava das tranças enjoada,
fazia um penteado diferente!
E o príncipe, pra Rapunzel, antes de vê-la,
escolhia uma linda lembrancinha:
uma bala-puxa ou uma estrela,
um anel de “ciranda, cirandinha"
=
E voltando, eu percebo que o início
da minha alfabetização está nesse ponto:
a leitura pra mim tornou-se um vício,
desde a overdose desse conto!
Viajei intensamente com a heroína
que mamãe do seu livro libertou...
Nem sei dizer, pois era tão menina,
se foi ela ou mamãe que me ensinou!!!
Íris Galvão
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