domingo, 26 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Ainda assim...
Sinto às vezes que
Me entristece o amor
Que sinto por ti
E penso que ele é
Tal e qual uma luz forte
Que tudo obscurece
E cega-me e assusta-me
E deixa-me assim
Como que triste
Mas nem por isso
Menos apaixonada
Nem por isso menos feliz
Luís Ene
Quando encontrar um poeta
que coloque em ordem de palavras os seus sentimentos,
também irá encher seu blog com ele.
domingo, 19 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
Palavras
Cada palavra que escrevo
Emociona-me e faz-me pensar.
Mas não escrevo porque
Me emociono ou penso.
Escrevo tão só
Porque em cada palavra há
Pelo menos uma emoção
Há pelo menos uma idéia
Mesmo que eu não saiba
Que emoção e que idéia são.
Escrevo afinal
Porque me emociona
Porque me faz pensar.
Não se escrevem emoções
Não se escrevem pensamentos
Escrevem-se apenas palavras.
Luís Ene
Felicidade
Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
Acordarei entre os teus braços.
A tua pele será talvez demasiado bela.
E a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
Um dia, quando a chuva secar na memória,
Quando o inverno fôr tão distante,
Quando o frio responder devagar
Como a voz arrastada de um velho,
Estarei contigo
E cantarão pássaros no parapeito da nossa janela.
Sim, cantarão pássaros, haverá flores,
Mas nada disso será culpa minha,
Porque eu acordarei nos teus braços e nao direi nem uma palavra,
Nem o princípio de uma palavra,
Para não estragar a perfeição da felicidade.
José Luís Peixoto
domingo, 12 de abril de 2009
Páscoa !
Páscoa lembra minha vó,
e ela vivia cantando em voz baixinha essa música !
=
Que nenhuma família
Comece em qualquer de repente
Que nenhuma família
Termine por falta de amor
Que o casal seja um para o outro
De corpo e de mente
E que nada no mundo
Separe um casal sonhador
Que nenhuma família
Se abrigue debaixo da ponte
Que ninguém interfira
No lar e na vida dos dois
Que ninguém os obrigue
A viver sem nenhum horizonte
Que eles vivam do ontem, no hoje
E em função de um depois
Que a família comece
E termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros
A graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura
Aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força
Que brota do amor
Que marido e mulher
Tenham força de amar sem medida
Que ninguém vá dormir
Sem pedir ou sem dar seu perdão
Que as crianças aprendam
No colo o sentido da vida
Que a família celebre
A partilha do abraço e do pão
Que marido e mulher não se traiam
Nem traiam seus filhos
Que o ciúme não mate
A certeza do amor entre os dois
Que no seu firmamento
A estrela que tem maior brilho
Seja a firme esperança
De um céu aqui mesmo e depois
Que a família comece
E termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros
A graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura
Aconchego e calor
E que os filhos conheçam
A força que brota do amor
Abençoa, senhor, as famílias! Amém!
Abençoa, senhor, a minha também.
Padre Zezinho
O Amor
Ser adulto estafa,
A recolher os brinquedos escondidos na areia
Sem ao menos ter brincado.
O amor é insuportavelmente tolo.
Quem não é tolo não permite carícias.
O amor não cansa de caminhar como a luz,
Não cansa de barulho como a chuva,
Não cansa de repetir as lembranças como o fogo.
Morro por amor, mas não morro o amor.
Fabricio Carpinejar
sábado, 11 de abril de 2009
Ouvir o próprio Corpo !
Nosso corpo fala, sinaliza, nos diz o tempo todo que algo não vai bem, mas faz isso de forma muitas vezes discreta. E essa linguagem discreta teria grande diferença em nossas vidas se fosse dado a devida importãncia, mas a realidade é que ignoramos, não prestamos atenção quando o corpo fala de como está nosso estado físico e emocional.
Negligenciamos um sinal de cansaço e continuamos arduamente a trabalhar, sentimos uma dor e preferimos tomar um analgésico a tentar perceber o porquê dessa dor.E quantas vezes sentimos dor de alma e calamos sem enfrentar o problema.
“...o corpo molda-se a partir de uma carga genética, através de experiências, sentimentos, emoções, recordações e pensamentos. Guarda os seus segredos até os querermos decifrar e não se cansa de nos dar pistas na forma de sintomas, que é a sua maneira de falar.”
"A Memória Corporal" de Luz Casanovas.
O tempo vai passando e dia após dia, o corpo retém as agressões que vai sofrendo desde o stress, o desgaste físico até uma má nutrição, a nossa desatenção aos sinais manifestados, desencadeiam em pouco tempo, situações de desiquilíbrio físico e emocional que poderiam ser evitados se fosse dado a devida atenção a esta forma de linguagem.
Ouvir o próprio corpo querer mais do que atenção, querer sabedoria !
E não custa tentar sermos mais sábios e atentos com esse amigo que não quer outra coisa a não ser o nosso bem.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Todo !!
Sempre desprezei as coisas mornas,
As coisas que não provocam ódio nem paixão,
As coisas definidas como mais ou menos,
Um filme mais ou menos ,
Um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador,
É preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados,
E com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco,
Sua adoração ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo,
O que não faz você estremecer, suar, desatinar,
Não merece fazer parte da sua biografia.
Trecho de "O Divã"
Martha Medeiros
Para Fazer a Saudade Sorrir
Faz música pra mim
E coloca em envelopes fechados por língua morna.
Faz versos nas costas da lua.
Dedilha nossos desafinos.
Na areia da praia anoitecida, deita minha ausência
E colhe os ruídos.
Oferece na concha das mãos. Segredos.
Canta baixinho e grita desespero para abafar
O silêncio das pausas.
Desatina mariposa, asas de procura nos meus olhos acesos.
Desenha em ponta de agulha sobre a pele
E assina o nome por baixo.
Criptografia.
Espera.
Até ouvir meu riso com gosto de maçã
A provocar cócegas na saudade.
Ele faz música e promessas bordadas em luzes de amor.
Eu sangro.
Ane Aguirre
domingo, 5 de abril de 2009
Estradas de Papel
Estradas de papel
É que planto meus lírios
Oferto aos peregrinos
Meus papiros
Minhas púrpuras
Minhas rosas
Meus delírios
Altino de Castro
É que planto meus lírios
Oferto aos peregrinos
Meus papiros
Minhas púrpuras
Minhas rosas
Meus delírios
Altino de Castro
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