Nenhum perigo
Não, não ofereço perigo algum:
Sou quieta como folha de outono
Esquecida entre as páginas de um livro
Sou definida e clara como o jarro
Com a bacia de ágata no canto do quarto
Se tomada com cuidado
Verto água límpida sobre as mãos
Para que se possa refrescar o rosto
Mas
Se tocada por dedos bruscos
Num segundo me estilhaço em cacos
Me esfarelo em poeira dourada
Caio Fernando Abreu
2 comentários:
Talvez seja esse o perigo.
Beijo, Kiss!
Adorei.
Posso postar isso no meu blog qualquer dia?
Bom fim de semana pra vc! :)
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