"...E penso ainda:
O que mais me incomoda nessa vida
é esse tanto de gente que vai sem aviso
- não de morte morrida ou matada,
mas gente que um belo dia
lhe dá um beijo de boa noite,
faz a curva da esquina
e nunca mais volta.
Os telefonemas vão ficando esparsos,
a voz já não vibra ao reconhecer a tua
e todo aquele mundo que foi visto a dois perde o sentido.
Nas noites estreladas,
quando vasculhamos o infinito,
à cata de algum sinal,
quando nossa pequenez salta aos olhos,
nessas noites a gente se flagra
pensando no tanto de gente
que se foi, e na grande
maioria das vezes,
descobre que quase nunca houve dois,
que dois é coisa difícil de ser achada.
A serenidade daquilo que é para
nós é quase sempre estranha
ao paladar, não é mesmo?
Como uma iguaria desconhecida,
mas secretamente desejada..."
Miguel Falabela
O que mais me incomoda nessa vida
é esse tanto de gente que vai sem aviso
- não de morte morrida ou matada,
mas gente que um belo dia
lhe dá um beijo de boa noite,
faz a curva da esquina
e nunca mais volta.
Os telefonemas vão ficando esparsos,
a voz já não vibra ao reconhecer a tua
e todo aquele mundo que foi visto a dois perde o sentido.
Nas noites estreladas,
quando vasculhamos o infinito,
à cata de algum sinal,
quando nossa pequenez salta aos olhos,
nessas noites a gente se flagra
pensando no tanto de gente
que se foi, e na grande
maioria das vezes,
descobre que quase nunca houve dois,
que dois é coisa difícil de ser achada.
A serenidade daquilo que é para
nós é quase sempre estranha
ao paladar, não é mesmo?
Como uma iguaria desconhecida,
mas secretamente desejada..."
Miguel Falabela
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