segunda-feira, 16 de julho de 2007

Limites do Amor

Condenado estou a te amar


nos meus limites

até que exausta e mais querendo

um amor total, livre das cercas,

te despeça de mim, sofrida,

na direção de outro amor

que pensas ser total e total será

nos seus limites da vida.

O amor não se mede

pela liberdade de se expor nas praças

e bares, em empecilho.

É claro que isto é bom e, às vezes,

sublime.

Mas se ama também de outra forma, incerta,

e este o mistério:

ilimitado o amor às vezes se limita,

proibido é que o amor às vezes se liberta.

Ele quis morrer para arrasar a morte

e voltar.


Affonso Romano de Sant’Anna