- Adeus - disse para a flor.
Mas ela não lhe respondeu.
- Adeus - repetiu o principezinho.
A flor tossiu. Mas não era por causa da constipação.
- Fui muito parva - acabou finalmente por dizer.
- Desculpa. Vê se consegues ser feliz.
Ficou espantado por ela não se pôr com recriminações.
E para ali se deixou ficar, totalmente desconcertado,
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de redoma no ar.
Não conseguia compreender aquela mansidão, aquela calma.
- Porque é que estás tão admirado?
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É evidente que eu te amo - disse a flor.
- Nunca o soubeste, por culpa minha.
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Mas isso, agora, já não tem qualquer importância.
Olha que tu também foste tão parvo como eu.
Agora vê lá se consegues ser feliz...
E deixa essa redoma em paz. Já não a quero.
- E o vento?
- Não estou tão constipada ...
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O fresco da noite há-de fazer-me bem. Sou uma flor!
- E os bichos?
- Duas ou três lagartas terei eu de suportar
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se quiser saber como são as borboletas.
Parece que são tão bonitas! E, se não forem elas,
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quem é que se lembra de me vir cá visitar?
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Tu, tu hás-de estar bem longe.
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E os bichos maiores, não tenho nada a recear.
Afinal, para que quero eu as minhas garras?
E mais uma vez exibia ingenuamente os seus quatro espinhos.
=
Depois, ainda disse:
- Não fiques para aqui a empatar, que me irritas!
Não te resolveste ir embora? Pois então vai !
Porque ela não queria que ele a visse chorar.
Era uma flor tão orgulhosa...
Antoine de Saint-Exupéry