Um quê de não sei quê
Ela é moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice
Uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser
Um toque de intuição, e um tom de doçura
Ela reflete lilás, um brilho de estrela
Uma inquietude, uma solidão de artista
E um ar sensato de cientista
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo
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E de ser por completo
Dentro dela tem um coração bobo
Que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez
Ela tem aquele gosto doce de menina romântica
E aquele gosto ácido de mulher moderna
Caio Fernando Abreu
3 comentários:
"Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!"
(trecho final de Se Se Morre de Amor! de Gonçalves Dias)
Essas palavras já são, por si, isentas de qualquer explicação lógica.
Beijo no seu coração!
Eu fiz um poema (Mario Quintana)
Eu fiz um poema belo
e alto
como um girassol de Van Gogh
como um copo de chope sobre o mármore
de um bar
que um raio de sol atravessa
eu fiz um poema belo como um vitral
claro como um adro...
Agora
não sei que chuva o escorreu
suas palavras estão apagadas
alheias uma à outra como as palavras de um dicionário
Eu sou como um arqueólogo decifrando as cinzas de uma cidade morta.
O vulto de um velho arqueólogo curvado sobre a terra...
Em que estrela, amor, o teu riso estará cantando?
"O amor é arriscado, mas sempre foi assim. Há milhares de anos as pessoas se buscam e se encontram."
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