quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um quê de não sei quê


Ela é moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso

Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice

Uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser

Um toque de intuição, e um tom de doçura

Ela reflete lilás, um brilho de estrela

Uma inquietude, uma solidão de artista

E um ar sensato de cientista

Ela é intensa e tem mania de sentir por completo
-
E de ser por completo

Dentro dela tem um coração bobo

Que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez

Ela tem aquele gosto doce de menina romântica

E aquele gosto ácido de mulher moderna



Caio Fernando Abreu

3 comentários:

vinicius bento disse...

"Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!"

(trecho final de Se Se Morre de Amor! de Gonçalves Dias)

Essas palavras já são, por si, isentas de qualquer explicação lógica.

Beijo no seu coração!

vinicius bento disse...

Eu fiz um poema (Mario Quintana)

Eu fiz um poema belo
e alto
como um girassol de Van Gogh
como um copo de chope sobre o mármore
de um bar
que um raio de sol atravessa
eu fiz um poema belo como um vitral
claro como um adro...
Agora
não sei que chuva o escorreu
suas palavras estão apagadas
alheias uma à outra como as palavras de um dicionário
Eu sou como um arqueólogo decifrando as cinzas de uma cidade morta.
O vulto de um velho arqueólogo curvado sobre a terra...

Em que estrela, amor, o teu riso estará cantando?

vinicius bento disse...

"O amor é arriscado, mas sempre foi assim. Há milhares de anos as pessoas se buscam e se encontram."