sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Aurora Boreal


O que vejo
não passa de um lindo arco-íris no céu,
fugaz.
Sedutor espectro de luz
que um conjunto de circunstâncias faz
e que o acaso produz.
Assim como o acaso genético que sou,
à deriva em um mar de acasos
em que me decomponho
ao vento dos eventos, o acaso em que, no último momento,
morro,
fugaz.
Posso escolher a cor lilás
como minha preferida,
embora seja azul a mais querida,
mas isso não altera em quase nada
o meu peso.
Há que ver-se, um dia,
uma aurora boreal
de uma noite sem fim,
iluminar o ocaso,
varrer, em labaredas,
o céu cruel do acaso.

Maria do Carmo Vieira

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