segunda-feira, 9 de abril de 2007

Elegia


Nem os dias longos me separam da tua imagem.
Abro-a no espelho de um céu monótono, ou
deixo que a tarde a prolongue no tédio dos horizontes.
O perfil cinzento da montanha,
para norte, e a linha azul do mar, a sul,
dão-lhe a moldura cujo centro se esvazia
quando, ao dizer o teu nome, a realidade do
som apaga a ilusão de um rosto.
Então, desejo
o silêncio para que dele possas renascer,
sombra, e dessa presença possa abstrair a tua memória.
Nuno Júdice

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