domingo, 22 de julho de 2007

Alma Sertaneja e Cigana

Elpídio dos Santos, compositor, escultor e poeta brasileiro nasceu na cidade encravada na Serra do Mar, entre Taubaté e Ubatuba -SP, no dia 14 de Janeiro de 1909.

Filho de Mestre Alves, maestro da banda e dona Benedita Alta de Toledo.Toda a família era de artistas que se dedicavam à música, pintura e trabalhos com madeira.
Elpídio herdou o talento. O gosto pela música veio com a participação na banda regida por seu pai, mas Elpídio gostava mesmo de violão, instrumento que estava sempre em seu colo, feito um bebê.Curioso aprendeu a tocar sozinho, foi se aperfeiçoando, ficando cada vez melhor.

Casou-se com Cinira Pereira dos Santos aos 41 aos e tiveram 7 filhos.
Mudou-se para São Paulo, onde cursou música no conservatório Paulista de Canto Orfeônico, obtendo com brilhantismo seu diploma de Professor. Fez também o curso de aperfeiçoamento musical no Instituto Musical de São Paulo. Ainda em São Paulo, lecionou no ginásio 7 de Setembro, no Sesc e deu aulas particulares. Formou muitos músicos.

Compositor predileto de Mazzaropi. Entre mais de mil composições deixou dezenas de clássicos e sucessos consagrados na tela do cinema.
Suas composições são conhecidas nas vozes de Fafá de Belém, Almir Sater, Pena Branca e Xavantinho, Zé Renato, Ségio Reis...
Suas composições são singelas histórias, escritas de um jeito doce que as tornam gostosas de ouvir.

A música Mucuripe, composição de Raimundo Fagner e Antônio Carlos Belchior, cantada por famosas vozes da música popular brasileira, dentre elas Ivan Lins, é uma homenagem à Elpidío dos Santos.

Elpídio, morre de repente no dia 3 de Setembro de 1970 em São Luís do Paraitinga.
Como legado, deixou uma obra de mais de mil músicas, várias peças de escultura, poemas, desenhos.


Manuel de Falla, compositor espanhol, nasceu em Cádiz, no dia 23 de Novembro de 1876.
Filho de comerciante e de pianista.Recebeu suas primeiras aulas de sua mãe, Carmen Matheu y Parodi que cantava com sua doce voz, impressões que o acompanharam por toda a vida.Seu avô Manuel de Falla, tocava muito bem piano e influencia o neto em quem percebe sensibilidade e talento.
De Falla é o mais velho de cinco irmãos, dos quais apenas três chegaram à idade adulta.Com cinco anos inicia seus estudos de piano e aos seis une esses estudos com os de solfejo e canto.Começa a compor aos 12 anos.

Estudou piano em Madrid com José Trago e composição com Felipe Pedrell.
Em 1899, por votação unânime, foi-lhe conferido o primeiro prêmio na competição de piano do seu conservatório e, por volta dessa mesma época, começou a usar o "de" com seu primeiro sobrenome, fazendo "de Falla" ser o nome com o qual se tornaria famoso.

Grande pianista, começou sua carreira escrevendo zarzuelas (óperas cômicas espanholas). Foi por influência de Pedrell que de Falla tornou-se interessado na música espanhola, particularmente no flamenco andaluz (em especial o cante jonde), que se mostraria marcante em muitas de suas composições.
Foi um dos principais nomes do movimento nacionalista que, no começo do século XX, promoveu o renascimento das tradições e dos temas populares da música de seu país.

Em Paris, conviveu com alguns dos mais conhecidos compositores da época, como Debussy, Ravel, Albéniz e Stravinski, cujas tendências inovadoras influenciaram sua música. Tem também Wagner como influência, mas deixa bem claro sua marca com o colorido espânico.O ritmo e o colorida da música cigana.
Foi então que estabeleceu a síntese entre o intenso modernismo que eles lhe ensinaram e as prolongadas e plangentes melodias da música popular andaluza, com suas duras e secas harmonias de guitarra. Em Paris compôs, entre outras obras, as Siete Canciones Populares Españolas, em que se manifestou pela primeira vez todo seu gênio.

Em 1928 começou a trabalhar na partitura de La Atlántida sobre um poema de Jacint Verdaguer, e isso o ocupou pelo resto de seus dias.
Morre na Argentina, na cidade de Alta Gracia, no dia 14 de Novembro de 1946.

Folclore, história não escrita de um povo, passada de geração em geração.
Elpidio dos Santos Santos e Manuel de Falla, têm em comum exatamente isso, o Folclore.
Baseado no programa Sinfonia Fina