domingo, 12 de agosto de 2007


Não estou falando de um mundo cor-de-rosa ou
de pessoas perfeitas, sempre prontas para nos acolher,
amar, caminhar ao nosso lado.
Não falo disso, mas da tristeza nos olhos de quem vira as costas
e a gente não vê.
A beleza por dentro de um peito encouraçado que a gente não sente.
A solidão de quem afasta um amor e se deita em camas tão frias.
É do instante quando os olhos se perdem no nada e
nenhuma mentira é capaz de enganar si mesmo.
É desse instante solitário, desse instante sem abraço, que eu digo.
Todo mundo vai virar as costas ou dizer que merece coisa melhor
ou debochar das mentiras que eles contaram
mas a gente pode sempre voltar e acolher com amor,
ser os primeiros a começar.
Afinal, se a hostilidade do mundo despertar a nossa,
quem vai ser o primeiro a sorrir?
Rita Apoena