sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Em quem pensar, agora, senão em ti?
Tu, que me esvaziaste de coisas incertas,
e trouxeste amanhã da minha noite.
(...)
ensinaste-me a sermos dois;
e a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um
apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide.
Mas é isto o amor:
ver-te mesmo quando te não vejo,
ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios,
mesmo esse que mal corria quando por ele passámos,
subindo a margem em que descobri o sentido de irmos contra o tempo,
para ganhar o tempo que o tempo nos rouba.
(...)
Tu: a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti,
até ao fundo do mundo que me deste.

Nuno Júdice