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Lá vai o sol, tão raivoso e tão primeiro,
Firmando-se orgulhoso pela rua,
Lembrando de esquecer daquela lua
Que nem lua foi pra ele por inteiro.
Lá vai a lua se fazendo rancorosa,
Minguando às vistas em se saber vazia,
Sem se dar o perdão que merecia,
Perdendo de poesia a sua prosa.
No caminho de esquecer-se se lembrando,
O olhar dele um trapézio machucado,
O olhar dela um deserto abandonado
Por amores que perdeu antes buscando:
E se perdem um do outro ao se perderem
No perdão que a si não dão por mais sofrerem.
Ana Paula Manga