(...)
Era a árvore do frangipani.
Dela restava um tosco esqueleto, dedos de carvão abraçando o nada.
Tronco, folhas, flores: tudo se vertera em cinzas.
(...)
A árvore era o lugar de milagre.
Então, desci do meu corpo, toquei a cinza e ela se converteu em pétala.
Remexi a réstia do tronco e a seiva refluiu, como sémen da terra.
A cada gesto meu o frangipani renascia.
Mia Couto