quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Meu momento


Hoje resolvi fazer algo que por vezes preciso.
Resolvi ouvir o som do meu silêncio,
para entender que algumas coisas são inexplicáveis
e permanecerão, para sempre assim.
Meu coração rendeu-se ao silêncio e pude perceber que há também,
muitas outras coisas que podem ser entregues ao mar do esquecimento,
na esperança que essa atitude possa mudar definitivamente
o percurso dos meus passos.
Fixei atentamente os olhos em mim e pela primeira vez
me vi como realmente sou.
Olhei-me sem hipocrisias, sem máscaras, sem desculpas.
Desnudei-me de mim mesma.
No silêncio encontro-me com a minha humanidade.
E assim percebo que ser humano significa não ser perfeita,
que sou passível de errar, que não preciso ter todas as respostas,
e que posso viver sem muitas delas.
Percebi que tenho deficiências, desejos ocultos,
fraquezas que não podem ser ditas,
silêncios que o próprio silêncio quer silenciar
Que entro em outras vidas e algumas vezes machuco,
mesmo sem ser essa a intenção.
Percebi o quanto sou frágil e fraca,
que a fragilidade me faz carente de outras vidas por perto
e a fraqueza é que machuca essas outras vidas.
Porém, não abro mão da minha humanidade.
Esse momento de silêncio me faz perceber que ainda cometerei erros,
terei decepções, sofrerei, machucarei,
mas também me faz ter a necessidade de ser mais tolerante,
menos arrogante mais compreensiva,
menos teimosa, menos geniosa,
porque só assim vou aprender a amar da forma certa
e de maneira plena.
Livre de pré-conceitos e preconceitos.
Amar no significado real do Amor.
O Amor me faz eterna
e não quero abrir mão da eternidade para evitar o sofrimento.
É melhor sentir dor, frustração, ternura, decepção, carinho e cumplicidade,
do que passar uma vida inteira sem tê-los.

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