quinta-feira, 22 de julho de 2010

O mesmo sempre diferente


Ela entrou no ônibus. Sentou-se. Ligou sua música, e foi.
Todo dia, no caminho, a menina ia cantado, mesmo que sem som.
Gostava sempre de reparar as pessoas, e notava que, normalmente, todas pareciam ter a mesma expressão facial de "nada".Foi quando o Sol começou a mágica brincadeirinha de se esconder, e encheu a visão de cores e o coração de sonhos e esperança. Alguns pássaros surgiram passarinhando em "V" em direção ao Sol. Os olhos da menina queriam acompanhá-los até lá, até o final, e assim fizeram, não desgrudaram um minuto dos belos pássarinhos que iam em perfeita sincronia em direção ao céu colorido.Foi quando a menina se deparou com um daqueles olhares de "nada", o qual ela imaginava não mais existir depois de tão belo espetáculo bem a frente de todos os olhos presentes naquele caiminho. Porém, lá estavam eles. Todos os olhares vagos e tristes, em especial o de uma mulher.Um olhar de quem julgava louca a menina que se curvou toda pra ver um pôr-do-sol e uns pássaros: coisa que se vê todo dia.


Rita Apoena

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