terça-feira, 24 de agosto de 2010


Tantas foram as vezes que situações me fizeram ter saudade e vontade de ser novamente aquela menina de olhos vivos, atentos a tudo. Que mais falava pelos olhos do que pela boca. Que tinha medo, muitos, mas queria entender tudo, queria absorver o mundo, como se assim ele se tornasse amigo. A menina que tentava agir como gente grande por parecer mais seguro.

Sensata e quieta, que tinha na cabeça grandes aventuras. Dona de uma imaginação que apesar de, sempre me salvou de crescer antes da hora.

A inventora de histórias e brincadeiras, onde um pano sobre algo tornava-se casa e os dóceis animais domésticos sofriam mutações e transformavam- se em monstros. E dentro da imaginação não precisava de nada que não fosse criado por si mesma. E assim a infância passou divertida.

Talvez por isso não consiga esperar muito, o esperar me limita. Não que isso seja comodismo ou passividade, mas é que o mundo é tão grande dentro da minha cabeça, tudo continua tão grandioso e eu tentando crescer para estar segura. Tentando entender o mistério de ser criança, de ser grande, de ser gente.

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