segunda-feira, 28 de março de 2011

Creio


De tal modo é

Que eu jamais negá-lo poderia:

Sou agarrada na saia da poesia

Para dar um passeio que seja

Uma viagem de carro avião ou trem

À montanha, à praia, ao campo

Uma ida a um consultório

Com qualquer possibilidade, ínfima que seja, de espera

Passo logo a mão nela pra sair:

É um Quintana, uma Adélia, uma Cecília, um Pessoa

Ou qualquer outro a quem eu ame me unir


Porque sou humano e creio no divino da palavra

Pra mim é um oráculo a poesia

É meu tarô, meu baralho, meu tricot

Meu i ching, meu dicionário, meu cristal clarividente

Meus búzios, meu copo com água

Meu conselho, meu colo de avô

A explicação ambulante para tudo o que pulsa e arde

A poesia é síntese filosófica, fonte de sabedoria

E bíblia dos que, como eu

Crêem na eternidade do verbo, na ressurreição da tarde e na vida bela


Amém!

Elisa Lucinda

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